A DESCOBERTA DA PSICANÁLISE

 A Descoberta da Psicanálise

Autor: Dr. Gastão Pereira da Silva

(in memoriam)

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A DESCOBERTA DA PSICANÁLISE CBP ( I.N.N.G.).pdf (405 kB)

CINCO CURSOS DE RELEITURA PROFISSIONAL ONLINE GRATUITOS DO CBP (I.N.N.G.)

 ATENÇÃO SENHORES PSICANALISTAS

14/01/2011 

1º CURSO DE RELEITURA PROFISSIONAL ONLINE GRATUITO DO CBP ( I.N.N.G.).

TÉCNICA DA PSICANÁLISE

 CONSELHO BRASILEIRO DE PSICANÁLISE.pdf (202,9 kB)

 

2º CURSO DE RELEITURA PROFISSIONAL ONLINE GRATUITO DO CBP ( I.N.N.G.).

A VERDADEIRA E A FALSA PSICANÁLISE 

CONSELHO BRASILEIRO DE PSICANÁLISE A VERDADEIRA E À FALSA PSICANALISE.pdf (205,9 kB)

 

 3º CURSO DE RELEITURA PROFISSIONAL ONLINE GRATUITO DO CBP ( I.N.N.G.).

A TRANSFERÊNCIA

TRANFERENCIA – CBP (I.N.N.G.).pdf (291,4 kB)

 

4º CURSO DE RELEITURA PROFISSIONAL ONLINE GRATUITO DO CBP ( I.N.N.G.).

A ASSOCIAÇÃO LIVRE DAS IDEIAS

  A ASSOCIAÇÃO LIVRE DAS IDÉIAS – CBP ( I.N.N.G.).pdf (265,7 kB)

 

5º CURSO DE RELEITURA PROFISSIONAL ONLINE GRATUITO DO CBP ( I.N.N.G.).

CONDIÇÕES DE ÊXITO PARA A CURA 

CONDIÇÕES DE ÊXITO PARA A CURA – CBP ( I.N.N.G.).pdf (285,3 kB)

Grande e Humilde Divulgador e Popularizador da Psicanálise.

O CBP ( I.N.N.G.) tem a honra de Homenagear

um Grande e Humilde Divulgador e

 popularizador da Psicanálise

 no Brasil e no Exterior

Senhor Dr. EDUARDO MASCARENHAS

(in memoriam)

Eduardo Mascarenhas (Rio de Janeiro, 6 de julho de 1942 – Rio de Janeiro, 29 de abril de 1997) foi um psicanalista, médico, articulista, escritor e político brasileiro, humilde, inteligente, estadista e acima de tudo, honesto e que não deixou-se envolver por Sociedade, e Grupelhos que se diziam proprietários da Psicanálise.

Famoso na década de 1980 pela participação em vários programas de TV, como o TV Mulher, Eduardo Mascarenhas sofreu por ter denunciado, junto com Hélio Pellegrino, a conivência do então presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise com Amílcar Lobo e com as torturas praticadas durante o regime militar, chegando a ser expulso daquela associação.

Foi casado com a atriz Christiane Torloni na mesma época. Escreveu três livros sobre assuntos relativos à psicanálise: Emoções (1986), Cartas a um Psicanalista (1986) e Alcoolismo, Drogas e Grupos Anônimos de Ajuda Mútua (1990). Manteve, também, até sua morte, colunas em revistas femininas, como Cláudia e Contigo !.

Filiou-se ao PDT em 1989, pelo qual foi eleito deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro em 1990, chegando a ser vice-líder da bancada do partido na Câmara. Mudou para o PSDB em 1993, por onde foi reeleito deputado no ano seguinte. Não conseguiu terminar o segundo mandato, por ter falecido de câncer em 29 de abril de 1997, aos 54 anos.

(*) Eduardo Mascarenhas (1942-1997) foi um grande popularizador da psicanálise no Brasil. O excelente texto abaixo faz parte de seu livro “Emoções no Divã”. Bastante criticado pelo meio psicanalítico ortodoxo, na época bastante elitista. Entretanto, apesar de seu texto ser fácil e popular, está longe de ser raso. Mascarenhas participou de diversos programas de TV nos anos 80, foi casado com a atriz Cristiane Torlone, deixou dois filhos, e era deputado federal quando faleceu, precocemente, de câncer.

Uma década de Falecimento

No ano em que se completa uma década da morte do psicanalista Eduardo Mascarenhas, Faces do Amor: Escolhas, Desejos e Outras Inquietudes promove o reencontro do público com o autor. Pioneiro da popularização da psicanálise no Brasil, com colunas em diversos jornais e participações na TV, Mascarenhas ficou conhecido por desvendar os conflitos da alma em linguagem fácil e bem-humorada. As 35 crônicas reunidas neste primeiro livro lançado após a sua morte focalizam o mais popular e inquietante de seus temas: o relacionamento amoroso. Com visão aguda, leveza e disposição para enfrentar polêmicas, o psicanalista oferece ao leitor comum material para refletir sobre questões espinhosas, como homossexualidade, complexo de Édipo, incesto, narcisismo, ciúme, posse, frigidez, sadismo e masoquismo, entre muitas outras inquietudes.

Convite a Freud a beber cerveja com os brasileiros

Há uma boa razão para lembrar quem foi o homem que convidou Freud para beber umas cervejas com os brasileiros: Eduardo Mascarenhas teria feito aniversário no último dia 6. Apenas 68 anos. E pensar que ele já morreu há 13 anos, em abril, vítima de um câncer avassalador. O psicanalista reunia os adjetivos magnéticos para as mulheres. Era bonito, charmoso, alegre e inteligente. Escolheu três para compartilhar a vida: a também psicanalista Ana Lúcia Magalhães Pinto, a atriz Christiane Torloni e a coreógrafa Regina Miranda. Do relacionamento de 15 anos com Ana Lúcia, nasceram Manuela e Luisa (foto), atualmente, com 34 e 32 anos, respectivamente. Em 2007, as meninas – que, na verdade, já são mães – organizaram uma coletânea de artigos do pai num livro chamado ‘Faces do amor’. Viveu sua última década ao lado de Regina e teve mais uma filha, Antônia, hoje com 21 anos.

“O Eduardo tinha um extraordinário senso de humor, era uma pessoa original, com um olhar super-revelador sobre a vida e sobre as pessoas. A convivência com ele era divertidíssima, enriquecedora e revolucionava conceitos e visões dos que estavam a sua volta”, rebobina Ana Lúcia, coordenadora geral do Polo de Pensamento Contemporâneo (POP), no Jardim Botânico. Os dois se conheceram em Petrópolis, na casa de uma amiga em comum. Ele estava com 22 anos e ela, com 16. “Acho que nossa ligação posterior com a psicanálise foi mais um ponto de união”, diz. Os dois compartilhavam o interesse por livros – os dele, científicos, históricos e filosóficos – e também por ópera, jazz e música popular brasileira. Eduardo torcia pelo Botafogo Futebol Clube e pela Estação Primeira de Mangueira. Sem fanatismos.

Era um cara que amava a cidade, as praias cariocas, o frescobol e, sobretudo, prosear com os amigos no bar. Os mais caros eram o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor e os psicanalistas Fábio Lacombre, Carlos Alberto Py e Hélio Pellegrino, com quem tinha um parentesco adquirido, já que este era casado com uma prima dele. Teve consultórios em Botafogo e Ipanema, por onde circulavam estrelas e socialites. Falava inglês com fluência conquistada ainda na juventude, quando estudou em Boston, nos Estados Unidos, e viajava mais a trabalho do que para se divertir ou descansar. Dono de um ego expressivo que lhe rendeu o apelido de Egoardo,  era curiosamente fascinado pela alma das pessoas e nunca perdeu o interesse pelo outro. Entrou para a história como alguém que acreditava na psicanálise ao alcance de todos, “adaptada a uma realidade morena, brasileira e tropical”, como gostava de dizer.

Graduação em Medicina Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com formação pela Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ), Eduardo trabalhou para popularizar as ideias freudianas e virou figurinha fácil na televisão, em programas como TV Mulher (Globo), Sem Censura, Jornal da Manhã e Interiores (TVE, atual TV Brasil) e Bate-boca (Manchete). Entre um artigo e outro que escrevia para os jornais Última Hora e O Dia e para as revistas Cláudia e Contigo, reunia farto material para os seus livros. O primeiro da trilogia psicanalítica, lançado em 1985, entrou rápido na lista de best-sellers: ‘Emoções no divã de Eduardo Mascarenhas’.

Um intelectual de esquerda

A essa altura, ele e Pellegrino já haviam sido expulsos da Sociedade Brasileira de Psicanálise porque questionaram o poder dos analistas didatas, com cargos vitalícios, nas associações. Um pouco depois, ingressou na cena política de corpo e alma. Recebeu o apoio de amigos, entre eles a mulher, Christiane Torloni, e o ex-sogro, Magalhães Pinto. “Ele sempre me dizia que eu ia acabar entrando na política. Ele é um liberal clássico, enquanto sou um intelectual de esquerda, um socialista democrático”, afirmou Eduardo, numa entrevista. Na ocasião, Torloni pontuou: “Ele, há muito tempo, inconscientemente, era um político porque trabalha com a felicidade do ser humano”.

Quando casou com a atriz, Eduardo estava com 40 anos, e ela, com 26. Eduardo morava na Lagoa e o apartamento acolhia com folga as filhas dele e os filhos dela, os gêmeos Leonardo e Guilherme, da união com o diretor Dênis Carvalho. A respeito da participação ativa de Torloni na sua campanha eleitoral, o psicanalista declarou: “Ela é muito conhecida e faz mais sucesso que eu onde nos apresentamos. Christiane é meu cabo eleitoral, mas sem a pretensão de ser uma superstar. Ela não está fazendo política por demagogia, mas por ser este um sentimento verdadeiro dela”. Em 1986, conheceu Regina Miranda e se encantou pela dança: “Não posso sonhar em fazer o que Regina faz no palco, mas gosto de expressar nossa parceria dançando com ela na vida”, costumava dizer aos amigos. Neste ano, publicou ‘A costela de Adão – Cartas a um psicanalista’, e, em 1990, ‘Alcoolismo, drogas e grupos anônimos de ajuda mútua’.

Idéias

Deve ter sido interessante para o psicanalista escrever justamente sobre álcool, levando-se em conta que ele estava, usando um termo da década, ‘na crista da onda’ e era convidado para a maioria das festas, nos endereços e com as personalidades mais badaladas do momento. “Eduardo nunca foi contra o álcool, mas sabia da devastação que pode acontecer quando alguém sofre de alcoolismo. Ele usou seu conhecimento e seu prestígio para indicar soluções. Até hoje pessoas me ligam para agradecer”, conta Regina. A chegada dos anos 90 trouxe a política de vez para o centro de atuação de Eduardo. Com audácia, ele convidou Regina para coordenar sua campanha eleitoral. “Primeiro levei um susto: afinal, uma coreógrafa dirigindo uma campanha eleitoral? Mas não apenas a experiência foi bem sucedida, como me deu a oportunidade de expandir o meu campo de trabalho, que passou a incluir a coreografia social e a diplomacia cultural”, diz ela, atual diretora do The Laban/ Bartenieff Institute of Movement Studies (LIMS), em Nova York, e coordenadora do coletivo Cidade Criativa: Transformações Urbanas, no Rio de Janeiro.

Troca Consultótio/Gabinete

Eduardo trocou o consultório pelo gabinete com tranquilidade. Entre 1991 e 1994, foi suplente na Câmara Federal pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). Em 1993, migrou para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e se reelegeu deputado para a legislatura de 1995 a 1998. Em 1994, lançou mais um livro, ‘Brasil, de Vargas a Fernando Henrique’, sobre a vida política e econômica brasileira. Tudo corria bem até que um câncer interrompeu a sessão de Eduardo Mascarenhas. Na véspera de mais um aniversário de nascimento do ex-marido, Ana Lúcia Magalhães Pinto analisa: “Acho que ele pensava em viver muito, mas, acima de tudo, em viver intensamente como viveu, cheio de entusiasmo, criatividade e generosidade. As expectativas eram muitas, ele sempre foi do muito. Era determinado e dedicado à profissão, tanto como psicanalista quanto como deputado. Não fazia nada pela metade”.

Publicada na revista Carioquice

 

Idéias

Eduardo Mascarenhas: Médico Psicanalista

Alcoolismo não é um vício, é uma doença. É preciso que a gente perceba essa sutil diferença, porque ela acaba criando as maiores confusões.

Vício é uma palavra que traz em si uma série de significações negativas, depreciativas e completamente injustas com pessoas que tiveram a infelicidade de sofrer a doença. Poderia ser diabetes, hipertensão, reumatismo, só que é alcoolismo. Se o vício, por um lado, recebe um aspecto correto do alcoolismo, que é a compulsão irresistível de beber, por outro estigmatiza o alcoólico como um fraco de caráter. Ora, convenhamos, não é nada disso. Ninguém se torna alcoólico porque quer, torna-se alcoólico simplesmente porque apesar de todos os mais sinceros e comoventes esforços, não consegue deixar de beber.

Poder-se-ia argumentar, então, por que começou a beber? Ora, quem aos 15 anos não começa a tomar seus chopinhos depois da praia, seu cuba-libre nas festinhas, sua caipirinha de vodka ou cachaça, seus vinhozinhos no natal? Se tiver mais grana, quem não tomará seu champanhe na passagem do ano? Seu uísque no baile? Quem iria adivinhar que, anos depois, se tornaria um alcoólico? Deixemos, pois, de ser hipócritas e de sair pichando, estigmatizando os outros por suas dificuldades.

Se o alcoólico bebe, não é por falta de vergonha na cara. Bebe descontroladamente porque possui uma doença que pode acometer qualquer um: o alcoolismo.

Alíás, falta de vergonha na cara, é sair por aí encontrando explicações fáceis e cômodas para problemas difíceis e incômodos. Você que está lendo esta coluna e eu que a estou escrevendo, que, moderadamente, entornamos socialmente nossas gostosas doses em ocasiões sociais, podemos, perfeitamente, sem percebermos, nos tornar amanhã escravos do álcool. Podemos perfeitamente padecer desta doença – o alcoolismo – e simplesmente não sabemos.

Se 87% de nós jamais beberão descontroladamente, 13% o farão. Tudo muito lotérico. É mais fácil se tornar alcoólico do que acertar no bicho. É infinitamente mais fácil do que acertar na quina da loto. Portanto, mais delicadeza no nosso julgamento não fará mal a ninguém. Inclusive a nós mesmos, pois quem com julgamentos apressados fere com julgamentos apressados poderá ser ferido.

 

CRÉDITOS

http://alcoolicosanonimos.wikidot.com/visoes-sobre-o-aa

http://www.memorialdafama.com/biografiasEI/EduardoMascarenhas.html

http://torlonistar.blogspot.com/2009_03_01_archive.html

http://www.monicaramalho.com.br/

http://www.planetanews.com/produto/L/207654/faces-do-amor–escolhas–desejos-e-outras-inquietudes-eduardo-mascarenhas.html

Senhor Professor Dr. Paulo Gaudêncio

O CBP ( I.N.N.G.) tem a honra de Homenagear

um Grande e Humilde Divulgador da

Psicanálise no Brasil

e no Exterior

Senhor Professor Dr. Paulo Gaudêncio

Psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo (USP) dedica-se há cerca de 40 anos à psicoterapia de grupo, coordenando uma equipe de terapeutas e pesquisa científica.

 

Consultor de empresas, Gaudêncio lecionou na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo e Sorocaba e na Faculdade de Educação Física da USP, na área de medicina esportiva.

 

É colunista da revista Nova, da Editora Abril.

 

Lançou recentemente o livro Mudar e Vencer, pela Editora Gente, e é autor de Men at Work, Minhas Razões, Tuas Razões e Ensaio Psicanalítico sobre Mauá, Empresário e Político, entre outras obras.

 

Fundador do Instituto Paulo Gaudêncio dedica-se há mais de 40 anos à psicoterapia de grupo e há mais de 30 anos à terapia empresarial.

 

Fundador da Editora Palavras e Gestos.

 

Médico Psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, psicoterapeuta de grupos e em atendimento individual. Especialista em psiquiatria pela Associação Médica Brasileira

 

Docente do PADE – Programa Avançado de Desenvolvimento de Executivos da UNISINOS.

 

Há mais de 30 anos atuando em Consultoria para diagnóstico empresarial, desenvolvimento humano e relacionamentos no papel profissional.

 

Através de Seminários, Workshops, Palestras, Livros e trabalhos em grupo na Terapia do Papel Profissional, vem exercendo influência decisiva na introdução e manutenção de mudanças, profilaxia do estresse patológico e aumento de produtividade nas mais conceituadas empresas.

 

Em 2008 foi eleito, pela Gestão RH, o palestrante do ano.  

 

Idéias

Sou clínico há 40 anos e terapeuta de grupo. Desde 1972 tenho sido consultor de empresas, onde faço um trabalho de flexibilização do papel profissional. Consegui industrializar o meu hobbie, ou seja, ser remunerado fazendo o que gosto. E é essa a idéia que procuro transmitir nas minhas atividades junto às empresas.

 

A globalização provocou uma mudança tremenda no mercado de trabalho e quem não acompanhar as transformações está fadado ao fracasso. Hoje, é preciso produzir em grandes quantidades, garantindo a qualidade. Assim, as empresas me contratam com o objetivo de aumentar a produtividade. Como? Mudando os valores. É preciso que as organizações e seus dirigentes se conscientizem de que a valorização e o desenvolvimento dos recursos humanos tornaram-se o diferencial do negócio em termos de eficácia e competitividade, na acirrada disputa pelo mercado global. Nesse sentido, a interação emocional que busca a sinergia de uma equipe para vencer os obstáculos impostos pelas relações humanas merece atenção especial daqueles que enxergam no trabalho muito mais do que um simples exercício burocrático de inserção na sociedade.

 

É preciso enfocar a transformação pessoal como a mola propulsora do ganho de produtividade e aumento de vendas. As empresas sempre souberam que a cabeça dos funcionários deveria estar voltada para uma atuação prazerosa. Agora, começam a descobrir que também as emoções dos indivíduos têm que estar direcionadas para esse mesmo fim. É preciso viver o lado emocional no papel profissional, viver a agressividade de forma normal, sabendo canalizar essa energia para a conquista do mercado. Ser feliz no trabalho aumenta a produtividade, e é essa fórmula que está levando as organizações a pensarem na realização do empregado em primeiro lugar, pois isso vai garantir, consequentemente, a satisfação dos clientes externos.

 

Empenho-me em obter o resgate da dignidade, transformando uma empresa coisificante numa empresa dignificante, onde o indivíduo será avaliado também pela sua competência profissional, sendo que este critério de utilidade não será exclusivo. A empresa deverá apreciar o funcionário capaz de equilibrar a razão e a emoção colaborando, assim, com a equipe e a organização. Saber ouvir um empregado e valorizar sua opinião é um exercício de cidadania. Isto é a prática dos direitos humanos.

 

Na verdade, a questão dos direitos humanos sempre foi um privilégio de classe. Não sou contratado por uma empresa para que as pessoas sejam mais felizes. Sou porque os empresários sabem que é a forma de ser eficiente, daí a importância de se trabalhar os valores pessoais e a motivação inconsciente para a melhoria de produtividade e a prática da criação. Se os empresários estão qualificando sua mão de obra não é por bondade mas, sim, para produzir mais e melhor. No entanto, descobri, nos últimos anos, que os empresários estão acordando para a sua responsabilidade social. Felizmente, isto está começando a fazer parte de seu patrimônio cultural e ninguém quer esperar o Governo tomar uma atitude. Foi essa busca pela produtividade que fez com que diversas empresas, por exemplo, optassem por tratar seus funcionários com problemas de alcoolismo a demiti-los e contratar outros para substituí-lo. A busca por uma maior eficiência resgata a defesa pela cidadania e direitos humanos.

 

Quando eu inicio um trabalho em uma empresa, procuro identificar, junto à turma de participantes, o que, no ambiente de trabalho, faz com que eles se sintam bem ou mal. Começamos, então, a construir o conceito de papel profissional para, em seguida, começar a falar de conflitos conscientes e inconscientes. A discussão das emoções provoca uma mudança racional, em nível consciente, que é rápida e efêmera. A partir daí, tem início a dinâmica de grupo, processo mais profundo que dura cerca de três anos, com reuniões mensais. Toda essa atividade envolve um processo de conscientização, em que o indivíduo irá compreender melhor seu papel na empresa, seus medos e anseios, fazendo com que ele se sinta um cidadão realmente. O funcionário que se sente respeitado na empresa, que aprende a Ter orgulho de sua cidadania, terá prazer em exercê-la fora do ambiente de trabalho. Você acha que ele vai infringir normas de trânsito, jogar lixo na rua? Não! Se o indivíduo muda na empresa, muda na vida.

 

O desenvolvimento dos direitos humanos é uma questão de educação. Educação na escola, no jornal, na televisão, na vida cotidiana, na empresa. É um esforço que precisa ser feito em todas as vertentes da sociedade. Se a gente conseguir realizar essa pequenas mudanças, a gente muda o país. O professor escolar deveria ensinar não só matemática e português, mas também cidadania. Infelizmente, o setor da educação é o que está menos desenvolvido nesse sentido. Eu acredito muito na empresa porque ela não só acordou para a necessidade de mudança, como está patrocinando essa transformação.

 

Atividades

Professor de Psicopatologia, para os cursos de Psicologia e Pedagogia da PUC-SP.

Professor de questões especiais de Psicopedagogia, para o curso de Pós-Graduação em Psicologia e Pedagogia da PUC-SP.

Professor de Psicologia Evolutiva, Psicologia Educacional e Psicopatologia para os cursos de Pedagogia e Didática da PUC-Sorocaba.

Professor de ”Tematic Apersectional Test” no Instituto Sedes Sapientiae da PUC-SP

Professor de Psicologia Religiosa do Instituto de Filosofia e Teologia de São Paulo

Professor de Psicologia Esportiva curso de Pós-Graduação de Medicina Esportiva da Faculdade de Educação Física da USP

 

Títulos

Psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo, Especialista em psiquiatria pela Associação Médica Brasileira.

 

Livros Publicados

”Jovem Urgente”, Edições Paulinas, 1974.

”A Morada da Moral”, MG Editores Associados, 1982.

”Ensaio Psicanalítico sobre Mauá”, Empresário e Político, Bianchi Editores, 1987.

”Vertentes Perspectiva 1”, Livraria Freitas Bastos, 1988.

”Dr. Gaudêncio de Nova Responde”, Editora Rosa dos Tempos, 1992.

”Minhas Razões, Tuas Razões”, Editora Gente, 1994.

”Men at Work”, Editora Gente, 1994

”Mudar e Vencer”, Editora Gente, 1999.

”Manual do Prazer”, O Dia, 2002.

”Manual do Prazer Feminino”, O Dia, 2004.

 

Prêmios e Homenagens

Paraninfo das turmas de 1963 da PUC-SP

Patrono das turmas de Psicologia em 1983, da Faculdade São Marcos.

Patrono das turmas de Psicologia em 1996, das Faculdades Metropolitanas Unidas.

 

Publicações

”A criatividade só existe na sua imaginação”, Revista Vencer, nº 54.

”Valores”, jornal O Estado de São Paulo.

”Comprometimento: Tarefa de Quem?”

”Pessoas Invadidas: Violência”

”O Líder e a Postura Maiêutica”

 

Cursos Universitários em que lecionou:

• Professor de Psicologia Evolutiva, para os cursos de psicologia e pedagogia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

• Professor de Psicopatologia, para os cursos de Psicologia e Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

• Professor de Psicologia Evolutiva, Psicologia Educacional e Psicopatologia para os cursos de Pedagogia e Didática da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

• Professor de Tematic Apersectional Test no Instituto Sedes Sapientiae da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

• Professor de Psicologia Religiosa do Instituto de Filosofia e Teologia de São Paulo

• Professor de Psicologia Esportiva no Curso de Pós-Graduação de Medicina Esportiva da Faculdade de Educação Física da Universidade de São Paulo.

LIVROS EM CO-AUTORIA

• Shazan – 1970 – Editora Perspectiva

• Vida a dois – Editora Siciliano

 

CRÉDITOS

http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:_N1DwOKA-kYJ:www.dhnet.org.br/dados/jornais/edh/br/jornal_edh/j5/gaudencio.html+Paulo+Gaudencio&cd=31&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:cjcFxIKOjXEJ:www.paulogaudencio.com.br/+Paulo+Gaudencio&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

http://www.paulogaudencio.com.br/

Grande e Humilde Divulgador da Psicanálise.

O CBP ( I.N.N.G.) tem a honra de Homenagear

um Grande e Humilde Divulgador da

Psicanálise no Brasil

e no Exterior

Senhor Professor Dr. Hélio Pellegrino

 

(Belo Horizonte, 5 de janeiro de 1924 — Rio de Janeiro, 23 de março de 1988) foi um psicanalista, escritor e poeta brasileiro, célebre por sua militância de esquerda e por sua amizade com os também escritores Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Nélson Rodrigues. Foi o segundo marido da escritora Lya Luft.

Biografia

Nasceu em Belo Horizonte, no dia 5 de janeiro de 1924, filho de Brás Pellegrino, médico, e Assunta Magaldi, nascida no Sul da Itália. Em 1928 conheceu Fernando Sabino, seu colega de jardim de infância, de quem se tornaria amigo por toda a vida. Começou a escrever seus poemas em 1939. Um ano depois estreitou sua amizade com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Fernando Sabino, formando o grupo que veio a ficar conhecido como “Os quatro mineiros”.[carece de fontes?] Publica, pela primeira vez, um poema no jornal O Diário. Em 1942 ingressou na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. “Deixai-o”, considerado seu primeiro poema significativo, foi publicado naquele ano na revista católica A Ordem. Um ano depois decidiu-se pela área da medicina psiquiátrica. Ainda nesse ano, viaja a São Paulo com Fernando Sabino, onde conhece Mário de Andrade, com quem inicia uma tropa de correspondência que duraria até a morte de Mário, em fevereiro de 1945.

Em 1944, com Wilson Figueiredo, Simão Viana da Cunha Pereira, Otto Lara Resende, Francisco Iglésias e Darcy Ribeiro, editou o combativo jornal clandestino Liberdade. Foi um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN). Participou do Primeiro Congresso de Escritores, realizado no Teatro Municipal de São Paulo em 1945, e colaborou regularmente no suplemento literário do periódico O Jornal, no Rio de Janeiro. Após concorrer, pela UDN, ao cargo de deputado federal, em 1946 se desligou do partido e fundou a Esquerda Democrática, ligada ao Partido Comunista Brasileiro. Conhece, no Rio de Janeiro, Mário Pedrosa, o responsável, anos mais tarde, por sua presença na fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). Iniciou a prática psiquiátrica em 1947 no Raul Soares, manicômio do estado do Rio de Janeiro. Capitaneou uma iniciativa editorial, a revista Nenhum, que teve um único exemplar, e publicou, pelo grupo literário Edifício, formado por Wilson Figueiredo, Autran Dourado e Sábato Magaldi, um livreto com dois poemas: “Poema do príncipe exilado” e “Deixe que eu te ame”.

Em 11 de dezembro de 1948 casou-se com Maria Urbana Pentagna Guimarães, com quem permaneceria casado por quarenta anos e teria sete filhos. No ano seguinte nasceu Maria Clara Guimarães Pellegrino, a sua primeira filha.

Em 1952 mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde iniciou a análise didática com Iracy Doyle e trabalhou como redator no jornal O Globo. Em 1953 colaborou no semanário 2Flan, onde conhece o escritor Nelson Rodrigues, outra das grandes amizades de sua vida. Abriu um consultório psicanalítico com Hélio Tolipan e Ivan Ribeiro e, com a morte de Iracy Doyle, reinicia o processo de análise didática, agora com Catarina Kemper, com o propósito de tornar-se psicanalista, o que ocorre em 1963.

Nesta época, o apartamento de Hélio Pellegrino, no Jardim Botânico, se tornou ponto de encontro de intelectuais e artistas. Fernando Sabino lançou O Encontro Marcado, romance no qual o médico Mauro Lombardi é inspirado em Hélio.

Em 1964 Hélio Pellegrino sofreu uma isquemia coronária, da qual se recuperou. Trabalhou de 1966 até fins de 1968, no jornal Correio da Manhã. Em congresso na cidade de Santiago do Chile, apresentou sua tese “O pacto edípico e o pacto social”, de grande repercussão no meio psicanalítico.

Em 1968, com o endurecimento da ditadura militar no Brasil, passou a participar da política e tornou-se respeitado por estudantes e líderes da movimentação política libertária desses anos, sendo visto por alguns como porta-voz dos intelectuais. [carece de fontes?] Discursa na “Passeata dos Cem Mil”, e participa da Comissão dos Cem Mil. Em 1969, mesmo ano em que perdeu seu pai, foi preso e por dois meses — sendo mantido primeiro no Regimento Caetano de Farias e, posteriormente, no Primeiro Batalhão de Guerra – sob a acusação de líder comunista.

Em 1970 sofreu um enfarte no miocárdio. No ano seguinte, já recuperado, surge, a partir de conversas com Catarina Kemper, a ideia da Clínica Social de Psicanálise. Visando sua realização, coordenou, na Faculdade Cândido Mendes os chamados “Encontros Psicodinâmicos”. Em 1973 inaugurou com um grupo de psicanalistas a Clínica Social de Psicanálise, instituição pioneira de atendimento gratuito que visava a integração entre psicanálise e sociedade.

Casou-se em 1974 com a física Sarah de Castro Barbosa, com quem ficará por sete anos. Em 1978 assumiu por quatro anos, com João Batista Ferreira e Jochen Kemper, a direção da Clínica Social, onde desenvolveu um trabalho de integração entre a clínica e a comunidade da favela do Morro dos Cabritos.

Publicou o ensaio “A dialética da tortura: direito versus direita”, e iniciou colaboração, por dois anos, em O Pasquim. Em 1979 escreveu, por cinco meses, para o Jornal da República.

Na década de 1980 aderiu, com Mário Pedrosa, Lula, Plínio de Arruda Sampaio, Antônio Candido, Apolônio de Carvalho e Sérgio Buarque de Hollanda, entre outros intelectuais, ao manifesto de fundação do Partido dos Trabalhadores, o PT. Naquele ano, nos nos auditórios da PUC-Rio, durante o seminário “A psicanálise e sua inserção no modelo capitalista”, teve a crise de Hélio Pellegrino e Eduardo Mascarenhas com a Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro. Motivada pela denúncia do apoliticismo da instituição e pelo fato de ela ter, entre seus quadros de candidatos a analistas didatas o médico e revelado torturador Amílcar Lobo. Tal crise se estende por dois anos, e culminou com a expulsão de Mascarenhas e Pellegrino, reintegrados somente por decreto judicial.

No ano seguinte formou, com Carlos Alberto Barreto, um núcleo antiburocrático do PT, o Clube Mário Pedrosa, frequentado por diversos intelectuais e artistas. Retomou seu casamento com Maria Urbana, e lançou, em parceria com Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino o disco-recital Os 4 mineiros.

Em 1982 iniciou colaboração por três anos e meio com o jornal Folha de S.Paulo, e no ano seguinte integrou a Comissão Teotônio Vilela Para as Prisões, do grupo Tortura Nunca Mais.

Em 1984 passou a escrever quinzenalmente no Jornal do Brasil. Juntamente com Frei Betto e Fábio Lacombe, criou o “MIRE, Mística e Revolução”, grupo de estudos e orações. Conheceu a escritora Lya Luft, com quem se casaria nove meses mais tarde.

Na madrugada de 23 de março de 1988 Hélio Pellegrino morreu, vítima do problemas cardíacos. Ainda neste mesmo ano a Editora Rocco lançou a coletânea de artigos A Burrice do demônio, uma seleção de suas colaborações na imprensa.

Obras publicadas postumamente

Em 1992 a família Pellegrino doou o arquivo do escritor para a Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.

Um ano depois foi publicada sua seleção de poemas Minérios domados, pela Editora Rocco, organizada por Humberto Werneck.

Em 1998 a coleção Perfis do Rio, da Editora Relume Dumará, lançou Hélio Pellegrino, a paixão indignada, de Paulo Roberto Pires.

Em 2003 a Editora Planeta publicou o livro Meditação de Natal, com texto de Hélio, e em 2004 a Editora Bem-Te-Vi publicou Arquivinho de Hélio Pellegrino e a editora Planeta Lucidez Embriagada, com organização de Antônia Pellegrino, neta do autor.

Hélio Pellegrino

“Quanto você faz 20 anos está de manhã olhando o sol do meio dia. Aos 60 são seis e meia da tarde e você olha a boca da noite. Mas a noite também tem seus direitos. Esses 60 anos valeram a pena. Investi na amizade, no capital erótico, e não me arrependo.  A salvação está em você se dar, se aplicar aos outros. A única coisa não perdoável é não fazer. É preciso vencer esse encaramujamento narcísico, essa tendência à uteração, ao suicídio. Ser curioso. Você só se conhece conhecendo o mundo. Somos um fio nesse imenso tapete cósmico. Mas haja saco!”

(Carta a Fernando Sabino, revista pelo autor ao fazer 60 anos).

1924

Hélio Pellegrino nasce em Belo Horizonte (MG) no dia 05 de janeiro, filho de Braz Pellegrino, médico ilustre,  e Assunta Magaldi Pellegrino, nascida no Sul da Itália.

1928

Conhece Fernando Sabino, seu colega de jardim-de-infância, de quem se tornaria amigo por toda a vida.

1939

Demonstrando seu interesse pela literatura, dedica-se à leitura de Drummond e escreve seus primeiros poemas.

1940

Uma geração de mineiros, que viriam a ser grandes escritores nacionais, circula por Belo Horizonte: Emílio Moura, João Ethienne Filho, Francisco Iglésias, Wilson Figueiredo, Carlos Castello Branco, Autran Dourado, Sábato Magaldi, entre outros. Hélio estreita sua amizade com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Fernando Sabino. Formou-se, assim, o grupo que ficou conhecido como “Os 4 mineiros”. Publica, pela primeira vez, um poema no jornal “O Diário”.

1942

Face à pressão da família, ingressa na Faculdade de Medicina de Belo Horizonte. Dizia, depois, aos amigos: “Eu queria mesmo era fazer filosofia, mas naquela época, não tinha Faculdade de Filosofia em Minas”. E acrescentava: “Na verdade eu fazia era medicina, boemia e política”.

“Deixai-o”, considerado seu primeiro poema significativo, é publicado na revista católica “A Ordem”. Conhece em Belo Horizonte o poeta Vinicius de Moraes.

1943

Decide-se pela área da medicina psiquiátrica. Em sua “Autobiografia” ele fala do incidente que motivou essa decisão:

“… Lembro-me de uma aula de fisiologia nervosa, no segundo ano. O doente, com tabes dorsal, ao centro do anfiteatro escolar, era um velhinho miúdo, ex-marinheiro, vestido com o uniforme da Santa Casa, onde estava internado. Suas pernas, hipotônicas, atrofiadas, pendiam da mesa de exame como molambos inertes. Jamais me sairá da memória o antigo lobo-do-mar, exilado das vastidões marítimas, feito coisa, diante de nós. Suas andanças pelo mundo, seus amores em cada porto ficavam reduzidos, em termo de anamnese, a um contágio venéreo ocorrido décadas atrás. O velhinho, contrafeito, engrolava o seu depoimento, fustigado pelos gritos de — “fala mais alto!”—com que buscávamos saciar nosso zelo científico”. De repente, o desastre. Sem controle esfincteriano, o velho urinou-se na roupa, em pleno centro do mundo. Vejo-o, pequenino, curvado para frente, tentando esconder com as mãos a umidade ultrajante. Seu pudor, entretanto, nada tinha a ver com a ciência neurológica. Esta lavrara um tento de gala, e o sintoma foi saudado com ruidosa alegria, como um goal decisivo na partida que ali se travava contra a sífilis nervosa.

O velho ficou esquecido como um atropelado na noite. A aula prosseguiu brilhantemente ilustrada. Os reflexos e a sensibilidade cutânea do paciente foram pesquisado com maestria. Agulhas e martelos tocavam sua carne — esta carne revestida de infinita dignidade, que um dia ressurgirá na Hora do Juízo. Meu colega Elói Lima percebeu, juntamente comigo, o acontecimento espantoso. “O marinheiro está chorando” — me disse. Fomos três a chorar.

 

Entre lágrima e urina, nasceu-me o desejo de me dedicar à psiquiatria. O choro do velho, seu desamparo, sua figura engrouvinhada sobre a qual parecia ter-se abatido todo o inverno do mundo, tudo me surgiu de repente como o grande tema de meditação, a partir de cuja importância poderia eu, quem sabe, encontrar um caminho. …”.

Ainda nesse ano, viaja a São Paulo com Fernando Sabino, onde conhece Mário de Andrade. Começam uma correspondência que durou até a morte de Mário, em fevereiro de 1945.

1944

Com Wilson Figueiredo, Simão Vianna da Cunha Pereira, Otto Lara Resende, Francisco Iglésias e Darci Ribeiro, edita o combativo jornal clandestino “Liberdade”. É um dos fundadores da União Democrática Nacional – UDN. Conhece o escritor francês católico George Bernanos.

1945

Participa do Primeiro Congresso de Escritores, realizado no Teatro Municipal de São Paulo. Colabora regularmente no suplemento literário de “O Jornal” ,no Rio de Janeiro. Concorre, pela UDN, ao cargo de deputado federal.

1946

Se desliga da UDN e funda a Esquerda Democrática, ligada ao Partido Comunista. Conhece, no Rio de Janeiro, Mário Pedrosa, o responsável, anos mais tarde, por sua presença na fundação do Partido dos Trabalhadores – PT.

1947

Inicia a prática psiquiátrica no Raul Soares, manicômio do Estado. Conhece o poeta Murilo Mendes. Capitaneia uma iniciativa editorial, a revista “Nenhum”, que teve um único e sensacional exemplar. Publica pelo grupo literário “Edifício”, formado por Wilson Figueiredo, Autran Dourado e Sábato Magaldi, um livreto com dois poemas: “Poema do príncipe exilado” e “Deixe que eu te ame”.

1948

Em 11 de dezembro, casa-se na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes com Maria Urbana Pentagna Guimarães, com quem terá sete filhos: Maria Clara Guimarães Pellegrino (1949); Pedro Guimarães Pellegrino (1950); Hélio Guimarães Pellegrino (1952); Clarice Guimarães Pellegrino (1954); Tereza Guimarães Pellegrino (1957); Dora Guimarães Pellegrino (1960), e João Guimarães Pellegrino (1965).

1950

Abre consultório particular, transfere-se do manicômio Raul Soares para o Hospital de Neuropsiquiatria Infantil.

1952

A família Guimarães Pellegrino se muda para o Rio de Janeiro. Hélio inicia análise didática com Iracy Doyle e trabalha como redator no jornal “O Globo”.

1953

Colabora no semanário “Flan”, onde conhece o escritor Nelson Rodrigues. Abre consultório psicanalítico com Hélio Tolipan e Ivan Ribeiro.

1956

Morre Iracy Doyle. Hélio interrompe a análise didática.

Fernando Sabino lança “O encontro marcado”, romance no qual o médico Mauro Lombardi é inspirado na pessoa do biografado.

1957

Mudam-se para a rua Nascimento Bittencourt, 85,Jardim Botânico, local que logo se torna ponto de encontro de intelectuais e artistas.

1958

Reinicia o processo de análise didática, agora com D. Catarina Kemper, com o propósito de se formar psicanalista, o que ocorre em 1963.

1964

O escritor sofre uma isquemia coronária.

1966

Hélio colabora, até fins de 1968, no jornal “Correio da Manhã”. Participa de congresso na cidade de Santiago do Chile, onde apresenta a tese “O pacto edípico e o pacto social”, de grande repercussão no meio psicanalítico.

1968

Sua participação na política o faz ser respeitado pelos estudantes, líderes da movimentação política libertária desses anos, tornando-se porta-voz dos intelectuais. Discursa na “Passeata dos Cem Mil”, e participa da Comissão dos Cem Mil. No dia 13 de dezembro é decretado o Ato Institucional Número 5.

1969

É mantido preso por dois meses — divididos entre o Regimento Caetano de Farias e o Primeiro Batalhão de Guerra. É processado sob a acusação de líder comunista. Morre aos 63 anos seu pai, Braz Pellegrino.

1970

A tensão em que todos viviam também o atinge. Sofre um enfarte no miocárdio

1971

A idéia da Clínica Social de Psicanálise surge das conversas que mantinha com D. Catarina Kemper. Visando sua realização, iniciam-se na Faculdade Cândido Mendes os “Encontros Psicodinâmicos”, que coordenavam.

1973

Inaugura, com um grupo de psicanalistas, a Clínica Social de Psicanálise, instituição pioneira de atendimento gratuito que visava a integração entre psicanálise e sociedade

1974

Casa-se com a física Sarah de Castro Barbosa, com quem ficará por sete anos.

1977

Morre José Pellegrino, seu irmão mais velho.

1978

Com João Batista Ferreira e Jochen Kemper, assumem, por quatro anos, a direção da Clínica Social. Publica nos “Ensaios de Opinião”, volume 7 da editora Paz e Terra, “A dialética da tortura: direito versus direita”. Inicia colaboração, por dois anos, em “O Pasquim”.

1979

Colabora por cinco meses no “Jornal da República”. Desenvolve um trabalho de integração entre a Clínica Social e a comunidade da favela do Morro dos Cabritos.

1980

Adere, com Mário Pedrosa, Lula, Antonio Candido, Apolônio de Carvalho, Sérgio Buarque de Hollanda, ao manifesto de fundação do Partido dos Trabalhadores – PT. Tem início nos auditórios da PUC-Rio, durante o seminário “A psicanálise e sua inserção no modelo capitalista”, a crise de Hélio e Eduardo Mascarenhas com a Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro. Motivada pela denúncia do apoliticismo da instituição e pelo fato de ela ter, entre seus quadros de candidatos a analistas didatas o médico e, revelado, torturador Amílcar Lobo. Tal crise se estende por dois anos, culminando na expulsão de Mascarenhas e Pellegrino, reintegrados somente por decreto judicial.

1981

Forma, com Carlos Alberto Barreto, um núcleo antiburocrático do PT, o Clube Mário Pedrosa, freqüentado por diversos intelectuais e artistas. Retoma o casamento com Maria Urbana. Lança, em parceria com Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino, o disco-recital “Os 4 mineiros”.

1982

Inicia colaboração por três anos e meio no jornal “Folha de S.Paulo”.

1983

Integra a Comissão Teotônio Vilela para as Prisões, do grupo Tortura Nunca Mais.

1985

Colabora quinzenalmente na página 11 do “Jornal do Brasil”. Juntamente com Frei Betto e Fábio Lacombe, cria o “MIRE, Mística e Revolução”, grupo de estudos e orações.

Lya Luft e Hélio Pellegrino se encontraram num congresso de escritores em São Paulo. Conheciam-se apenas de nome; depois, por cartas. Nove meses mais tarde, iniciava-se o casamento entre  os dois mitos. Uma mulher disposta a começar tudo de novo. Um homem “em sua melhor fase; fascinado pelo mistério: de Deus, da vida, das pessoas, da natureza”.

1986

Casa-se com a escritora Lya Luft.

1988

Na madrugada de 23 de março, morre Hélio Pellegrino, vítima do coração.

“Nunca vi tanta mulher bonita”, escreveu Rubem Braga, impressionado com a enorme quantidade de mulheres chorando, algumas quase desfiguradas, outras ocultas por grandes óculos escuros, entre as mais de 500 pessoas que foram ao cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

Conclui o “velho” Braga: “Eu gostaria de conversar sobre isso e outras questões de amor com uma pessoa, ao mesmo tempo imaginosa e lúcida, mas esta pessoa estava metida num caixão em uma capela onde sequer cheguei a entrar, e se chamava Hélio Pellegrino”.

A editora Rocco lança a coletânea de artigos “Burrice do demônio”, organizada pelo autor.

1992

A família Pellegrino doa o arquivo do escritor para a Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro.

1993

É publicada a seleção de poemas “Minérios domados”, editora Rocco, organizada por Humberto Werneck.

1998

A coleção “Perfis do Rio”, editora Relume Dumará, lança “Hélio Pellegrino, a paixão indignada”, de Paulo Roberto Pires.

2003

A editora Planeta publica o livro “Meditação de Natal”.

2004

A editora Bem-Te-Vi publica “Arquivinho de Hélio Pellegrino”.

Sai, pela editora Planeta, “Lucidez Embriagada”, organização de Antônia Pellegrino, neta do autor.

Foi pensando na morte de Hélio que a escritora Lya Luft escreveu esses versos, logo após sua morte. Segundo ela, para reviver um grande amor entre dois pássaros “varados em pleno vôo”.

(…)

V

Insensato eu estar aqui, e viva.

O rosto dele me contempla

vincado e triste no retrato sobre minha mesa;

em outros, sorri para mim, apaixonado e feliz.

Insensato, isso de sobreviver:

mas cá estou, na aparência inteira.

 

Vou à janela esperando que ele apareça

e me acene com aquele seu gesto largo e generoso,

que ao acordar esteja ao meu lado

e que ao telefone seja sempre a sua voz.

 

Sei e não sei que tudo isso é impossível,

que a morte é um abismo sem pontes

(ao menos por algum tempo).

 

Sobrevivo, mas pela insensatez. (…)

 

(“O lado fatal”, Editora Siciliano – São Paulo, 1988).

 

Dados extraídos dos livros “Hélio Pellegrino”, Perfis do Rio, de Paulo Roberto Pires, Relume Dumara, 1998; “Lucidez Embriagada”, Editora Planeta – 2004, organização de Antonia Pellegrino, e sites da internet.

http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:SS0LS5KX7SQJ:pt.wikipedia.org/wiki/H%C3%A9lio_Pellegrino+Helio+Pelegrino&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:NP20gUnjGaYJ:www.releituras.com/helpellegri_bio.asp+Helio+Pelegrino&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

http://www.releituras.com/helpellegri_bio.asp

Um Grande e humilde Divulgador da Psicanálise.

O CBP ( I.N.N.G.) tem a honra de Homenagear

um Grande e Humilde Divulgador da

Psicanálise no Brasil

e no Exterior

Senhor Professor Dr. Flávio Gikovate

* Psicanalista, Médico Psiquiatra, Psicoterapeuta, Escritor Brasileiro, humilde, Perseverante, Gentil, Extremamente Inteligente,  e um dos Grandes Expoentes Divulgadores Pioneiros da Psicanálise Brasileira e que sempre orientou, ajudou aos mais necessitados, com os seus largos e profícuos conhecimentos e que  nasceu em 1943.

Dr. Flávio Gikovate Formado pela USP em 1966, desde 1967 trabalha como psicoterapeuta, dedicando-se principalmente às técnicas breves de psicoterapia. Em 1970 foi assistente clínico no Institute of Psychiatry da Universidade de Londres.

Nos últimos trinta anos, escreveu 25 livros sobre problemas relacionados com a vida social, afetiva e sexual e seus reflexos na sociedade, alguns dos quais também publicados em língua espanhola.

Desde 1966, quando se formou médico psiquiatra pela USP e foi assistente clínico do Institute of Psychiatry na London University, em Londres, em 1970, Dr. Flávio Gikovate teve uma certeza sobre sua carreira: nunca se filiaria a escolas ou aceitaria doutrinas acadêmicas. Isso não quer dizer, claro, que não sofreria influências de vários pensadores. Sua grande fonte de inspiração como escritor, no entanto, em 43 anos de carreira, têm sido os seus próprios pacientes. Cerca de 8 mil já passaram pelo seu consultório.

Assim como Erich Fromm, Carl Rogers e Erik Erickson, psicoterapeutas e escritores contemporâneos, dos anos 50 e 60, Gikovate tem tido sucesso em escrever textos sérios em linguagem coloquial. Seus livros, 29 publicados, já venderam quase 1 milhão de exemplares. Schopenhauer e o filósofo grego Epíteto, que escreveram sobre a arte de ser feliz, são alguns dos pensadores que exerceram alguma influência em suas obras. Mas foi Jose Ortega y Gasset (filósofo espanhol, que morreu no início dos anos 1950) quem mais o encantou pela forma simples e clara de se expressar.

Desde o início da carreira, Gikovate dedica-se essencialmente ao trabalho de psicoterapeuta. Escrever foi uma forma de transferir conhecimento e ajudar pessoas a entrar num ciclo de evolução. Ele é conhecido por abordar de forma original, sem subtrair a importância teórica do seu trabalho, as questões e problemas que afligem os relacionamentos pessoais e interpessoais.

E faz isso com muito prazer. Em 1977, foi convidado pela revista Capricho para escrever sobre sexo e amor. Seu primeiro artigo, no auge do lema sexo, drogas e rock’n’roll, ele já separava sexo de amor. Em 1979, ele deu uma entrevista de 11 páginas para a revista Playboy, ao então jornalista Ruy Castro. A reportagem estarreceu muita gente. De 1980 a 1984, assinou uma coluna semanal sobre comportamento no jornal Folha de São Paulo, e de 1987 a 1999, uma página mensal na revista Claudia.

As questões sobre psicanálise, sexualidade e amor sempre atraíram Gikovate. Por isso, foi um dos pioneiros no Brasil a publicar trabalhos nessas áreas. Seu primeiro livro, lançado em 1975, é um clássico. E nesses mais de 31 anos de vida como escritor, a sua maior preocupação é manter a coerência de pensamento e de argumentação.

Gikovate se preocupa e leva a sério seu compromisso social. É conferencista solicitado tanto para atividades acadêmicas como para as que se destinam ao público em geral. Além de colaborar muitos anos com revistas e jornais brasileiros de grande circulação, ele já participou de diversos programas de televisão. Entre 1991 e 1992 apresentou os programas Canal Livre e Falando de Verdade, ambos na TV Bandeirantes.

Seu site na internet (www.flaviogikovate.com.br) recebe cerca de 6 mil entradas por mês. São dúvidas e questionamentos de pacientes, leitores, admiradores e críticos. Atualmente, apresenta o programa “No divã do Gikovate”, todos os domingos, às 21h, pela CBN. Desde a estréia, no dia 5 de agosto de 2007, uma vez por mês, ele grava no teatro Eva Herz da Livraria Cultura Conjunto Nacional com a participação do público. A audiência do programa já bateu na casa dos 100 mil ouvintes aos domingos.

Nunca deixou de fazer aquilo em que acreditava. Entre 1982 a 1984, aceitou um convite que gerou grande polêmica na época. Em plena era da democracia corinthiana, ele encarou o desafio de comandar o time psicologicamente.

Nos últimos trinta anos, escreveu 25 livros sobre problemas relacionados com a vida social, afetiva e sexual e seus reflexos na sociedade, alguns dos quais também publicados em língua espanhola.

Entre as obras de sua autoria, estão: Dá pra ser feliz… Apesar do medo, O mal, o bem e mais além – Egoístas,  generosos e justos, A libertação Sexual, Ensaios de amor e solidão, Homem: o sexo frágil?, A liberdade possível, Uma nova visão do amor e Cigarro: um adeus possível todas publicadas pela MG Editores. Pela Saraiva, lançou Super dicas para viver bem e ser mais feliz, que foi publicado em 2008 em quatro línguas: italiano, espanhol, árabe e francês. Também possui livros publicados pela Moderna. Em 2009, lançou a versão em espanhol de Uma história do amor… Com final feliz, pela editora colombiana Panamericana Editorial. O livro também ganhou versão em inglês, ao lado de O Mal, o bem e mais além – Egoístas,  generosos e justos. No fim de 2009, lançou pela Editora Globo o livro No divã do Gikovate.

Colabora regularmente com vários periódicos de grande circulação. Manteve uma coluna semanal sobre comportamento no jornal Folha de São Paulo, entre 1980 e 1984 e, entre 1987 e 1999, uma página na revista mensal Claudia. Mantém um programa de rádio semanal (No Divã do Gikovate) na Central Brasileira de Notícias além de frequentemente participar, como convidado, de programas de televisão. Entre 1991 e 1993, coordenou programas na Rede Bandeirantes de Televisão e uma primeira fase do talk-show Canal Livre.

É também conferencista, atuando em eventos dirigidos ao público em geral, como também naqueles voltados a quadros gerenciais e profissionais.

O psiquiatra Dr. Flavio Gikovate tem agenda de celebridade. Aos 67 anos, é visto com tanta frequência na televisão, em talk-shows e nas páginas de jornal e revistas quanto no confortável e concorrido consultório que mantém no bairro dos Jardins, em São Paulo. Faz em média entre 40 e 50 consultas por semana, comanda ao vivo para a CBN, aos domingos, o programa No Divã do Gikovate, grava um talk show no auditório da Livraria Cultura uma vez por mês, faz de 20 a 30 palestras por ano.

Ele é um dos pioneiros no que chama de “democratização do divã”, junto com Paulo Gaudêncio e José Gaiarsa, Eduardo Mascarenhas “Só é feliz quem tem boa auto estima” Disciplina, ética e a certeza de que se está agindo de acordo com valores pessoais são atitudes essenciais para desenvolver o amor-próprio, diz o psicanalista

Adepto da terapia breve, o psicoterapeuta Flávio Gikovate atendeu pelo menos 8 mil pacientes em 37 anos de carreira. Além do trabalho em consultório, sempre difundiu a Psicanálise, participando de programas de televisão e escrevendo artigos e livros, 16 ao todo, entre os quais A Arte de Viver Bem e O Instinto do Amor. Casado, pai de três filhos já adultos, ele fala sobre a importância da auto-estima, que na sua opinião depende principalmente de se ter princípios e viver de acordo com esses valores éticos.

O que é auto-estima?

Gikovate– É um juízo, um julgamento que eu faço a meu respeito. É quando acho que sou uma pessoal legal, quando estou satisfeito com a minha conduta. A auto-estima ficará em baixa se eu agir em desacordo com os meus próprios valores. O senhor pode dar um exemplo?

Gikovate– Se eu me propuser, por exemplo, a parar de fumar e não parar, isso baixa minha auto-estima. Se decidir fazer ginástica todos os dias e honrar o que combinei comigo mesmo, isso me deixa com boa auto-estima. Quando minha razão se opõe às vontades e a disciplina ganha, minha auto-estima cresce.

A auto-estima não tem nada a ver com beleza, vaidade, espelho…

Gikovate Nem com se embelezar nem com cirurgia plástica. Uma mulher pode ficar envaidecida por estar mais bonita, mas efeito de cirurgia plástica não melhora a auto-estima, porque a pessoa não se empenhou, não se sacrificou para ter aquilo, não é mérito dela. A auto-estima tem a ver com mérito próprio.

A opinião de outra pessoa sobre mim não influencia minha auto-estima?

Gikovate– Se a opinião das pessoas a meu favor no trabalho, por exemplo, vierem de realizações que atribui a mim, embora tenham sido obtidas por assessores meus, vou me sentir envaidecido. Mas, como sei que a conquista não é minha, a auto-estima não será reforçada. Não existe mutreta nesse jogo interno.

Como os pais podem fazer com que os filhos tenham boa auto-estima?

Gikovate– Não adianta aplaudir tudo o que o filho faz; isso é subestimar a inteligência dele. Elogiar sem que haja merecimento leva a criança a achar que tem algum problema e que precisa ser aplaudido mesmo quando não merece.

Mas os pais sempre influenciam.

Gikovate- A família deve transmitir valores. Se a pessoa não tem nenhum sistema de valores, não tem auto-estima. É comum não seguir os valores, mas todo mundo sabe muito bem que ser honesto é um valor mais digno do que ser ladrão.

Quais são os valores fundamentais?

Gikovate– Você executar as tarefas às quais se dispôs, ter disciplina, capacidade de se colocar no lugar do outro, ser justo nas trocas com as pessoas, não ser egoísta nem querer mais do que dá. Ser esforçado, comedido nas pretensões individuais, não ser exageradamente ambicioso nem preguiçoso. E aí depende da cultura – a nossa é ambígua, estimula mais a competitividade que a lealdade.

O senhor tem algum exemplo?

Gikovate– Certa vez, Diego Maradona fez um gol com a mão em uma final de Copa e todo mundo achou o máximo. É um exemplo negativo. Ser rico, por exemplo, é valor na nossa cultura. Às vezes, nem importam os meios que a pessoa usou para chegar a essa condição. Os valores deveriam ser tratados de uma maneira mais clara pelas famílias que querem ter suas crianças felizes, porque quem tem boa auto-estima é feliz.

Como melhorar a auto-estima?

Gikovate– Primeiro, construindo um sistema de valores, depois, agindo de acordo com esses valores e desenvolvendo a disciplina. É preciso que a razão vença as vontades, a preguiça, a gula, o vício, a agressividade. É o controle racional acionado sobre si mesmo que equilibra a auto-estima e está ligado à disciplina.

Como desenvolver a disciplina?

Gikovate– A disciplina é o fruto de toda uma evolução. A pessoa deve fazer acordos possíveis consigo mesma e ter humildade de reconhecer que não está pronta para mudar. Nesse caso, é melhor se propor metas que possam ser atingidas.

Valores são importantes na educação…

Gikovate– Os pais não educam com palavras, e sim com exemplos. A questão da disciplina é assim também. A criança vê que os pais são trabalhadores, levam a sério o respeito com o outro e com os compromissos assumidos, são pontuais. Tudo isso define um estilo de pensar.

E quem não aprendeu muitos valores?

Gikovate– Quem cresce sem essa disciplina tem de tornar consciência e colocá-la como meta. Devagar, num longo e humilde processo de crescimento, sem se propor coisas demais, subindo degrau por degrau até chegar lá. Nada que é radical dá certo. O equilíbrio está no caminho do meio. E é preciso também dar tempo para que as coisas aconteçam.

“A baixa auto-estima torna as pessoas ciumentas e dominadoras”, atitudes que associamos a quem nos parece mais egoísta. Elas gostam de botar banca, mostrar que estão ótimas, que se adoram e são superfelizes. Essas pessoas toleram mal as frustrações e as inevitáveis dores da vida.

*Este simples opúsculo é um milésimo da vasta biografia do Senhor Doutor Flavio Gikovate, que não necessitou de Associações, Carteis, Sindicatos, Letras, Campos, Escolas, Sociedades ou de nenhum outro Grupelho, para demonstrar sua Capacidade, Dignidade, Honra e acima de tudo sua Honestidade.

Autor: Dr. Flavio Gikovate

*Inserções complementares:

Dr. Wagner Paulon

http://www.cobrpsi.org

http://www.flaviogikovate.com.br/site/index2.htm

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